A história do Cadico é pura emoção
Foto: Comemoração do
Cadico, Lilian, Vanderlei e João Batista na chegada da São Silvestre 2019
A história de vida do jovem Claudemir Ribeiro Elesbão conhecido
como “Cadico” passou por capítulos de muita emoção e determinação. Ele nasceu
em outubro de 1977. Com os seus 18 anos
de idade em plena atividade de adolescência passando para a fase adulta da
maioridade, conduzia a sua moto pela cidade na alegria de sentir a emoção da
velocidade e do vento no rosto. Era determinado e seguro de si nas suas
atitudes. Um fato, porém, veio de encontro à sua história e mudou o título do
seu futuro. Em uma queda da moto acabou por ter que amputar a perna esquerda em
dezembro de 1995. Estava preparado paras as festas de final de ano com a
família e com a sua energia de um jovem entusiasmado queria aproveitar a
conquista da sua habilitação em veículos, carro e moto. A notícia no hospital
caiu como uma tempestade no seu futuro.
Cadico passou anos buscando na função do trabalho que exercia
em indústria como analista de materiais em superar a deficiência da perna. A
sua história ganhou novas perspectivas quando em marco de 2018, demitido da
empresa perdia o rumo da vida. A depressão, distúrbio
mental caracterizado por tristeza persistente e perda de interesse em
atividades, prejudicou significativamente o seu dia a dia. Conforme dizem os
especialistas, a depressão passou a ocupar a mente do Cadico. Nada tinha mais
sentido nessa fase da sua existência. Foram meses e meses de profundo vazio
interior. Mas com a sua fé de evangélico e determinação, um dia recebeu uma
grande graça divina. Ao passear com a filha caçula decidiu tomar um sorvete.
Andava com suas muletas e na caminhada na praça apareceu “um anjo” amigo que o
convidou a participar de uma simples Caminhada Solidária com outros atletas e
deficientes. Essa iniciativa o motivou a buscar ajuda em participar de eventos
esportivos. Sua energia e vitalidade se fez presente e o tirou da zona de
conforto, da depressão. Cadico me contou que a sua filha um dia disse a ele:
pai participe de uma corrida e me traz uma medalha de presente. Foi e
conquistou a sua primeira medalha. Partiu para cursar uma faculdade e se dedica
até hoje ao trabalho profissional, conseguindo tempo para treinar e sempre participar
de provas com o uso de suas duas muletas. Desde agosto de 2018 até 31 de
dezembro quando estivemos juntos na São Silvestre, o Cadico já tinha
conquistado 60 medalhas. Foi fundador do time do Sorocaba Futebol de Amputados.
Atleta vitorioso e integrante da AASP em Sorocaba recebeu a homenagem da
Medalha de Mérito Esportivo “Newton Corrêa da Costa Junior”. Entre as suas
maiores incentivadoras a Lilian Monteiro é uma feliz companheira de corridas e
de namoro desde a sua corrida número um. A vida do Cadico está transformada no
esporte. Vive aconselhando as pessoas com depressão a buscarem nas atividades
físicas o “santo remédio” da cura dessa enfermidade que causa tristeza e
baixo-estima. Testemunhei essa sua ação social quando na avenida Paulista foi procurado
por um atleta que pediu ao Cadico para gravar um depoimento à sua irmã com
depressão. E lá foi ele dar o seu testemunho de vida com alegria.
Vanderlei Testa jornalista e
publicitário escreve aos sábados no www.facebook.com/artigosdovanderleitesta e www.blogvanderleitesta.com e
site www.jornalipanema.com.br/opiniões
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