A história de vida da Jaqueline Coutinho


A infância inesquecível da Jaqueline Coutinho

As mãozinhas frágeis da menina Jaqueline pegando nas mãos fortes do papai Geraldo ficou na memória dela até hoje, quando se lembra de que ia acompanha-lo em suas visitas a amigos.  O pai era Oficial de Justiça e conhecia muita gente da cidade. Uma dessas andanças gostosas de mãos dadas com o papai tinha como destino o escritório do José Theodoro Mendes. A amizade entre o Geraldo e Theodoro foi conquistada pela índole dos dois em trabalhar com a justiça. Havia ética e um comprometimento humano no relacionamento dos amigos Mendes e Coutinho.  Isso marcou muito a vida daquela garotinha que observava como as figuras adultas de seu pai e do amigo eram bonitas no abraço e no aperto de mãos ao se encontrarem. O exemplo tocou a sua vida. Cresceu e estudou. Chegou ao Curso Colegial e a Faculdade de Direito. Sempre incentivada pela mãe Neide Coutinho  e pelo pai Geraldo, a Jaqueline quis seguir a profissão daquele que a ensinou com amor a cumprir a sua missão: Fazer concurso para Oficial de Justiça. O testemunho do paizão a motivou a estudar bastante para ser aprovada. E na listagem dos nomes que receberia o mérito da vaga para exercer seu trabalho no Fórum Civil nessa honrosa carreira jurídica, apareceu Jaqueline Lilian Barcelos Coutinho. Lágrimas surgiram em seu rosto e a emoção tomou conta daquele histórico dia e momento da sua vida. Seguiria agora de mãos dadas, não fisicamente, mas de coração para sempre com os ensinamentos recebidos desde seus primeiros anos de existência.  E assim a jovem se tornava adulta e compromissada com o trabalho que há levou poucos anos depois a outro desafio. Sonhava em ser Delegada de Polícia, pois via nessa nova atividade uma oportunidade de ser útil a sociedade com a sua formação familiar. Mais uma vez, se dedicou intensamente para estudar e prestar novo concurso público. O imprescindível apoio dos pais a conduziu a passar dias e noites com a mente e sabedoria debruçadas em apostilas e legislação do Código Civil. A recompensa chegou como um presente conquistado no esforço e bênçãos divinas à sua fé no resultado positivo da aprovação.


Agora a Delegada de Polícia da Mulher dava vida na Jaqueline e ganhava novos rumos por mais de 25 anos que viriam a ser vivenciado até a sua aposentadoria. Nesse tempo, a menininha que acompanhava o pai tinha que mostrar sabedoria e energia nas suas decisões frente a tantas ocorrências que surgiriam nas delegacias onde trabalharia em três cidades do estado de São Paulo. Fico imaginando como houve conflitos e medos, inseguranças e noites mal dormidas com tantos casos de violência urbana, doméstica e de relacionamentos conjugais. A firmeza de suas palavras e a aplicação da justiça e das leis deveriam ser enérgicas, verdadeiras e transparentes em cada boletim de ocorrência que aparecia todos os dias. Tinha também que usar da sua personalidade e formação cristã em orientar as pessoas para seguirem o caminho do bem, da reconciliação e da mudança de comportamento.
A presença da mãe, dona Neide e do pai Geraldo na vida da Jaqueline foi fundamental na sua carreira profissional e inspiração para atuar na política.  Como filha, mãe e experiência de muitos anos atuando na Delegacia da Mulher e Delegacia dos Idosos, sentiu-se preparada para o chamado à vida pública. E Sorocaba, sua terra de nascimento, ganhou com a sua decisão. Hoje é atuante defensora da cidade e busca trabalhar ousadamente nas soluções que levem à população melhorias na sua qualidade de vida.
Quis a providência deixar registrado no coração daquela menininha que visitava com o pai o amigo Theodoro Mendes, que como prefeita de Sorocaba, assinasse o decreto que nomeou o Palácio dos Tropeiros Dr. José Theodoro Mendes. Foi um gesto de homenagem e gratidão a quem se dedicou intensamente a cidade até a sua despedida no trágico acidente do dia 24 de janeiro. Nesse dia os olhos da Jaqueline perderam o brilho na tristeza da notícia e as lágrimas correram no adeus de um de seus maiores ídolos da infância, juventude e atual fase da sua vida pessoal e politica. Na data da assinatura do decreto conversei pela primeira vez com a Jaqueline e senti a grandeza de uma grande mulher guerreira, motivo pelo qual escrevi este artigo.

Vanderlei Testa jornalista e publicitário escreve aos sábados no www.jornalipanema.com.br/opiniões e www.facebook.com/artigosdovanderleitesta e www.blogvanderleitesta.com


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