Os irmãos gêmeos Alberto Batista Ferreira e João Batista
No final da década de 80 fui convidado pelo amigo Ronaldo
Antunes Ferreira a ingressar no Rotary Clube Sorocaba Leste. Como é uma entidade
de serviços à comunidade e com slogan “dar de si antes de pensar em si”,
aceitei. Passei lá seis anos, somente saindo por motivos particulares que
impediam a minha frequência semanal exigida pelo clube. Porém, nesse espaço de
tempo a amizade rotária e o companheirismo permanecem até os dias atuais com
muitos amigos. Há também alguns que se foram deste mundo para a eternidade.
João Batista Ferreira, apesar do sobrenome Ferreira do Ronaldo que me convidou,
não eram parentes. O João Batista sempre se sentava na mesma mesa onde fazíamos
as refeições. Era uma pessoa alegre e tinha uma personalidade e idoneidade que
manifestava a sua educação familiar. O chamado berço de pais, educadores que
valorizam em primeiro lugar o respeito ao próximo. Era nítido esse
comportamento nas conversas que mantínhamos naquelas horas de convivência
fraterna. Nessa época, fiquei sabendo que o João Batista, chamado de “Nenê”
tinha um irmão gêmeo, de nome Alberto Batista Ferreira, chamado de “Lolô”. O
João comentava que eram irmãos muito parecidos fisicamente e no jeito de pensar
e agir. E desde crianças mantinham uma amizade alicerçada no respeito e amor. Eles
nasceram na Vila Santana e como gêmeos atraiam a atenção da garotada da
vizinhança que não conheciam ninguém gêmeos.
Algum tempo depois precisei alugar uma casa em Santa Rosália
para o meu escritório de comunicação. Encontrei o local e fui atrás da
imobiliária. Depois de tudo acertado vim saber que era a casa do João Batista
Ferreira. Aquela confiança anteriormente
presenciada de sua conduta se fez presente na satisfação de ser seu inquilino,
até quando o seu filho se casou e precisei ceder o espaço aos novos
moradores. Nossas vidas continuaram por
rumos profissionais diferentes após a minha despedida do Rotary, mas a amizade
sempre existiu até a sua inesperada partida ao céu.
Conhecia o seu irmão gêmeo Alberto Batista Ferreira, de nome
na mídia, que divulgava o seu trabalho como diretor do Serviço Autônomo de Água
e Esgoto- SAAE de 1977 até 1983, pois como jornalista, acompanhava o noticiário
de Sorocaba. Nessa época nunca tivemos contato pessoal, pois gostaria de ter a
oportunidade de lhe falar do gêmeo João Batista. Quis a providência divina que
anos depois na década de 90, na cidade de Mongaguá, o Alberto e sua esposa
Aurita me fossem apresentados pelos amigos Rose e Marcos Neves. No calçadão da
avenida beira mar, estávamos sentados apreciando o mar na Barraca da Toninha.
Era um final de ano e na espera das comemorações do reveillon. Nascia uma
amizade que já se passam mais de 20 anos com o casal Alberto e Aurita. Digo até
hoje, porque mesmo com a partida do amigo Alberto Batista ao céu no dia 12 de
fevereiro, com 80 anos de idade, a sua presença será sempre lembrada com
saudade. A trajetória do Alberto nestes anos todos, bem como do seu irmão gêmeo
João, deixou em minha memória e, em Sorocaba , sementes que frutificaram com
seus filhos que seguem a mesma filosofia de vida cristã de amor ao próximo e
generosidade. Convivo com essa descendência em momentos de fé e social na
comunidade e, posso testemunhar, que os familiares Batista Ferreira são
exemplos a serem seguidos. Cito aqui para encerrar o depoimento da filha Áurea
“o amor é, sempre foi tão grande que não cabia imaginar sua ausência tão
repentina”. “Te amo pai, além de toda e qualquer vida. Benção, Pai”
E na despedida no PAX, o Alberto, “Lolô” e o João, “Nenê”
ficaram, lado a lado na sepultura, onde o padre Wagner Lopes Ruivo os abençoou
com o sacramental da água benta e orou para estarem novamente juntos na casa
que o Senhor preparou para eles junto com os seus pais Iracema e Durvalino.
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