Não vou morrer de tédio
Não vou morrer de tédio
O título é propício aos dias atuais da pandemia do Covid-19.
Enquanto há pessoas reclamando que precisam ficar em casa sem ter o que fazer,
outras conseguem preencher o seu dia com inúmeras atividades. A palavra tédio
vem de sensação de cansaço ou aborrecimento, causado por algo árido. Imagino
que uma planta em terreno árido, sem água, certamente poderá morrer. A não ser aquelas que, como os cactos, são preparadas
para viver com pouca água no deserto ou em vasos decorativos e jardins. Nós,
como seres humanos temos a graça de nascer com a água do batismo para a vida em
plenitude. Para superarmos o tédio do tempo, basta apenas encontrarmos
motivação. No meu caso, posso testemunhar que gosto de ler, escrever, cuidar do
jardim, arrumar coisas e organizar o meu dia com momentos de caminhada. Ajudar em casa no que for preciso e manter
contatos por telefone ou rede social em mais de seis páginas que
administro. Há tempo para participar de
missa diária na TV e acompanhar o noticiário através dos jornais e sites de
veículos de comunicação. Entre outras tantas atividades, participo com os
membros do Conselho de Leigos da arquidiocese de Sorocaba na campanha de
arrecadação de cestas básicas pela internet, mantendo contatos. Já foram mais
de 1.500 cestas arrecadadas. Meus amigos também buscam fugir do tédio, com
ações impressionantes, como no residencial onde moro, organizando arrecadações de roupas e o que for necessário
para ajudar famílias desempregadas. Vejo
na equipe de arrecadação das paróquias da arquidiocese de Sorocaba um movimento
intenso visando manter suas comunidades ativas em todos os dias da semana.
Tenho como exemplo o arcebispo metropolitano dom Julio Endi Akamine, que logo
cedo, enquanto muitos ainda dormem para fugir do tédio, rezando o Terço diário
e transmitindo no canal Facebook para que dezenas de pessoas possam começar o
seu dia com oração. Ele continua com os seus artigos no Diário de Sorocaba,
Jornal Cruzeiro do Sul, celebração diária de missa às 20h no Youtube,
preparação de comentários das homilias das missas, escrevendo decretos e
documentos inerentes à sua missão de pastor da arquidiocese, envio de
relatórios necessários à Santa Sé e todas as suas necessidades pessoais, como
eu e você, leitor. E têm mais! Como a sua página www.facebook.com/domjulioendiakamine
têm mais de 90 mil acessos, imagine a quantidade de pessoas que diariamente
enviam pedidos de orações, conselhos e que desejam conversar com ele. Hoje na Folha de São Paulo, em um artigo Elie
Horn citou sobre “a filantropia pós-pandemia”. Só o tempo dirá se as pessoas se
tornarão menos egoístas”, disse ela. E
encerro com um pensamento de dom Julio desta quarta-feira, dia 20 de maio de
2020: “ penso que alguns eventos possam desencadear o melhor e o pior da nossa
frágil humanidade. É também da nossa condição atual que tenhamos que aprender
sempre: há momentos impactantes de aprendizado, mas não mudança definitiva
nossa para o bem ou para o mal. A cada dia é preciso decidir-se livre e
responsavelmente pelo bem. Muitos que doavam a anonimamente antes da pandemia continuam agora se doando; outros
foram despertados pelas necessidades, mas tudo isso não garante que sejamos no futuro... é por isso que
precisamos, todos os dias, nos decidir pelo bem.
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