Uma poesia à Clarinha. Voa como o bem-te-vi
Esquerdo, Ivo, Rui, Clarinha, Ana e Ari |
Voa anjinha. Voa ao céu! Voa como o bem –te- vi. O que escrever de uma mulher que nos deixou
como uma mãe, tia, esposa, amiga, avó, bisavó e principalmente um ser humano incrível.
Chiara Testa Gâmbaro é o nome de batismo dela. Passou a ser Clara e Clarinha.
Seus 99 anos de vida e nove meses vividos até o dia 10 de junho deste ano,
foram para todos que tiveram a feliz oportunidade de estar com ela, uma
verdadeira riqueza de amor fraternal. Gostaria muito de ter o dom de escrever
uma poesia ou poema à Clarinha. Certamente iria citar que me lembro dela como
um girassol ou de rosa vermelha plantada em um jardim exuberante de plantas.
Escreveria que ao ver uma imagem de anjo posicionado com suas mãos em prece
frente ao altar ou no sacrário, recordaria das vezes em que ela, Clarinha, com
a mesma postura de prece estava nos bancos da Igreja do Bom Jesus, orando ao
seu padroeiro Santo Antonio. Acrescentaria que como uma anjinha eu a vi orando
comigo no Santuário de Santa Filomena no ano passado. E no meu poema à Clarinha
enfatizaria o quanto ela amava os seus filhos, netos e bisnetos. Destacaria
também a Ana Maria e os netos Mateus e Fernando, cuidando com tanto amor e
dando o café da manhã com gotas do açúcar e do mel das abelhinhas do apiário do
céu. E sendo palavras de um poema,
seguiria em frente relembrando nas estrofes quem era aquela anjinha voando ao
paraíso. Uma tia que ensinou com o seu sorriso que não havia tristeza na sua
vida. Os sofrimentos jamais a deixaram abatida. Uma guerreira como me falou o
seu filho Ivo. Ou uma avó irradiante de amor e alegria, nas palavras da neta
Mariana. E a Isabela falando “vó Clarinha, sua festa dos 100 anos será em outro
plano com pessoas mais que especiais e com Deus”. Em cada linha da poesia, iria escrevendo
o que o Ari, o Rui, Ivo, Ana Maria e a
Léa, já conversaram com a mãe Clarinha quando crianças, em seu seio materno. O
aconchego do colo e a presença materna nas trocas de fraldas, na alimentação,
nas roupas lavadas, no conduzir até o portão da histórica casa da rua Quinzinho
de Barros.
Lembrarei no poema da presença do tio Toninho ao seu lado na entrada
da igreja para o casamento. O seu poema tia Clarinha, teria sua infância na
fazenda em Piracicaba com os meus pais e seus irmãos, em cortes de cana de
açúcar e na pureza da sua presença em família. Ah, vou lembrar na poesia, como
uma música, dos momentos dos seus aniversários na chácara. Todos reunidos em
parabéns e abraços, beijos e presentes. Quanta ternura no seu olhar. Em nossas
mãos entrelaçadas como se fossem mãe e filho em prosa de sentimentos de
gratidão. Anjinha Clarinha, quando você chegou ao céu, eu sei que incontáveis
anjos a aguardaram e a luz do Criador a iluminou e tornou o seu corpo que aqui
deixou em alma de puro amor. E uma nova estrela Clara nasceu na constelação do
universo divino. E na despedida aquele pássaro bem-te-vi pousou sobre as flores
das coroas e caminhou lentamente até que num voo em frente aos olhos
lacrimejados de saudade, subiu às alturas no céu azul daquela tarde de
quarta-feira.
Vanderlei Testa jornalista e publicitário escreve aos
sábados no www.jornalipanema.com.br/opinioes
e www.blogvanderleitesta.com e
www.facebook.com/artigosdovanderleitesta
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