A princesa Zélia e o príncipe José Martins
Foto: José Martins
Uma
história de amor conjugal com mais de 65 anos de cumplicidade. José Martins
Mahon nasceu em Pernambuco. Com 12 anos de idade o jovem boiadeiro ajudava seu
pai na fazenda de gado na cidade de Caruaru. Uma peste bovina acabou com a
criação e com o negócio pecuário que sustentava a família. Essa reviravolta
inesperada nas atividades dos Martins trouxe pai e filho para Botucatu. A nova
vida de desafios do pernambucano José o levou a ser virar sozinho agora no
Estado de São Paulo. Após o Serviço Militar começou a trabalhar em uma loja de
tecidos em Bauru. Foi lá que a princesa Zélia Pinheiro apareceria no
destino amoroso do príncipe boiadeiro. Zélia era costureira. Cuidava do pai
viúvo. Em um baile Zélia foi apresentada por uma prima ao José. Dançaram
duas músicas. Acabou ganhando a companhia até o ponto de ônibus na hora de
voltar para casa. Pronto! A luz de um romance que viria pouco tempo depois com
pedido de namoro ao pai da Zélia resultaria nas mais de seis décadas de casados
que eles comemoraram em Sorocaba. Pais
de dois filhos, Luiz e José Roberto. Um empresário do comércio e o outro doutor
em Física na Universidade do Rio de Janeiro. Zélia e José foram membros
atuantes do Movimento de Emaús, dando seu testemunho aos jovens como eternos
namorados. Aposentado da Cianê, José e Zélia Martins foram pessoas doces,
felizes, transmitiram serenidade e uma amizade que tive o prazer de
compartilhar muitos anos na Comunidade do Divino do Jardim Saíra.
Nesta
semana, dia 19, com 90 anos, o José Martins partiu para a casa do Pai. Sua
esposa Zélia, internada com Alzhaimer, não se despediu do grande amor de sua
vida. Em preces, a Comunidade do Divino elevou ao céu a sua intercessão pelos
dois. Fui amigo do “seu José” desde quando ele veio morar no Jardim Saira, a
mais de 30 anos. Fizemos parte da comissão de construção da Igreja e
diariamente nos encontrávamos nas obras. Nos domingos, durante as missas
conversávamos um bom tempo com o casal de enamorados, sempre de mãos dadas.
Íamos conhecendo suas histórias e generosidade que emanavam dos seus corações.
Essa lembrança jamais sairá de nossas vidas. No silêncio dos sepultamentos
neste tempo de pandemia, o querido José Martins deixou saudades. Um dia,
novamente lá no céu irá convidar a sua Zélia para dançar a melodia que os unirá
para sempre junto daquele que sempre foi o maior amor do casal: Jesus Cristo!
Foto: Geraldo,membro da comissão de construção. Em nome dos amigos, tchau amigo José Martins!
Vanderlei Testa escreve aos sábados no www.jornalipanema.com.br/opinioes
e www.blogvanderleitesta.com e
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