O impacto do “Cenário de Calvário”
O impacto do “Cenário de Calvário”
A semana que passamos juntos
neste final do mês de março de 2021 nos lembra dum cenário de calvário. A
caminhada de Jesus com a cruz até o calvário a ser celebrado na Semana Santa é
dolorosa. Para mais de três mil pessoas que faleceram terça-feira (23) em um
único dia com o COVID-19 também. A diferença entre ambos os calvários é que o
de Jesus tinha um objetivo do Pai em proporcionar com a sua ressurreição, a
salvação da humanidade. E foi graças a esse calvário de Jesus que todas as
pessoas que partem a cada dia encontram no céu a sua libertação física
corporal. Passam a ter uma vida espiritual pela ressurreição. Com certeza, pela
fé, sabemos que elas estarão em paz pela crença que tiveram em Jesus: Caminho,
a Verdade e a Vida.
Cada vez que as imagens na
televisão mostram as UTIs lotadas dos hospitais, homens e mulheres, seminus
cobertos com lençóis e ligados em aparelhos, fios e dependentes dos
profissionais da saúde, imagino a cena do calvário de Jesus. Marcado pela dor e
condenado pelo egoísmo do Imperador e ser humano poderoso que lava as mãos ao
decidir sobre a sua condenação, o Pilatos daqueles tempos ainda sobrevive na humanidade.
Enquanto a dor e o sofrimento do COVID não chegam à própria pele de quem decide
e daqueles que gritam “Barrabás” para soltar o condenado, Jesus é crucificado
injustamente. A celebração da Semana Santa tem muito a nos ensinar. A última
ceia na quinta-feira Santa com a instituição da Eucaristia é até hoje o nosso
alimento diário para a cura verdadeira do egoísmo humano. “Fazei isto para
celebrar a minha memória”. O testemunho
de Jesus nas páginas do Evangelho é cem
por cento de doação ao próximo, cura e ensinamentos que recebia do Pai. Só fez
o bem e possibilitou a humanidade aprender com a sua Páscoa para seguirmos o
mesmo caminho da ressurreição.
Tomara, e o faço diariamente
em preces, pedido de conversão aos dirigentes deste Planeta Terra e, em
especial do Brasil. Que, mesmo que seja por um instante de graça, eles se
deixem serem tocados pela humildade, sem títulos ou cargos. Sem dependerem de
seguranças humanos e da vaidade. Sem pensarem no dinheiro que corrói a alma. Que
eles vejam no sofrimento de milhões de pessoas chorando por falta de oxigênio,
de produtos para sobreviverem nos hospitais. Enxerguem em cada ser humano da
área da saúde que coloca sua vida em risco todos os dias, um filho, uma filha,
um neto e neta que clama por ajuda. Todos estão cansados, deprimidos,
machucados com as chicotadas do poder. Que esta Semana Santa e este cenário do
calvário de Jesus tenha uma missão maior nas atitudes de milhões que saem em
festas clandestinas, desrespeitam orientações e como insensíveis a dor e ao
sofrimento até dos próprios pais e familiares que serão contaminados, possam finalmente
entender que somente venceremos a pandemia se deixarmos as ideologias políticas
de lado. Somos todos irmãos e filhos da mesma Sagrada Família que clama a
misericórdia divina para o fim da pandemia.
Vanderlei Testa jornalista e
publicitário escreve aos sábados no www.jornalipanema.com.br e www.blogvanderleitesta.com
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