Tributo ao Benê Carriel

 

A Covid levou o sorocabano Benê Carniel 



Desde o dia 11 de março de 2021, após um ano do início do novocoranavírus o Brasil vem enfrentando a maior crise de contaminação já vista no país. Sem UTIs para atender a todos enfermos e um pouco caso governamental na aquisição de vacinas mostrada pela imprensa nacional, vamos perdendo amigos e familiares a cada dia. É insuportável ler e ouvir tantos sofrimentos da população. Dói muito. Enquanto isso, as declarações e imagens insanas de quem deveria dar o exemplo ao país, nada colabora àqueles que perdem a cada dia milhares de entes queridos. Na sexta-feira, 12 de março, foram mais de 1.200 mortes no Brasil pelo Covid-19.

O saudoso Benedito Aldo Carniel nasceu em Sorocaba. O “Benê” sempre carregou consigo esse apelido carinhoso. A COVID-19 o levou no final do mês de fevereiro. Seu pai, Angelo Carriel, diácono na Catedral Metropolitana quando me casei, foi o celebrante da cerimônia. O Benê passou pelo fogo devastador desta pandemia. Sofreu as complicações como milhões no mundo de infectados. Deixou a esposa Natalina e as filhas Thais e Helen. Fomos colegas de trabalho durante muitos anos, desde quando ele era jovem e buscava o seu futuro lar. Benê tinha um coração de ouro. Gostava de ajudar o próximo. Seus pais moravam ao lado da Catedral. Entre os seus amiguinhos de infância está o Marcos Rogick, filho do saudoso historiador e fotógrafo Rogick Vieira.  Marcos me relatou a perda do amigo com sentimentos de dor pela COVID que leva embora tantas pessoas queridas.

Até a sua enfermidade, o Benê estava trabalhando em uma rede de farmácias de Sorocaba. Sempre que o encontrava a mesma educação e sorriso. Fazia parte do DNA do Benê estar atento às pessoas. Marcos Rogick me contou que quando ele perdeu a sua mãe, no ano seguinte, estava muito triste por ser o Dia das Mães. Aí recebeu um telefonema do Benê o convidando para almoçar com a sua família. Marcos agradeceu e respondeu que estava muito deprimido com a saudade da mãe. E, ao que o Benê respondeu:  “imaginei isso e te liguei, pois quero que você esteja conosco em família no Dia das Mães”. Essa sensibilidade humana de preocupação com o amigo marcou profundamente a vida do Marcos. Inclusive nesse dia o Benê levou o Marcos para participar de uma missa para que fosse dedicada em intercessão à sua mãe. Já se passaram 29 anos desse fato e nunca mais o Marcos se esqueceu desse gesto carinhoso do amigo Benê.

O saudoso amigo Benê é mais uma vítima do Covid que deixou centenas de colegas de trabalho na Siderúrgica Aparecida com quem mantinha ainda contato no grupo de WhatsApp e na Farma Ponte, onde construiu a sua trajetória profissional.  E ficou o vazio nas comunidades paroquiais que atuava com sua esposa na evangelização e ajuda ao próximo.

Com esta homenagem ao Benê, dedicamos a todos àqueles sorocabanos que se foram pela triste pandemia que assola o mundo. Dia 15 de março começa a fase vermelha e as restrições gerais no Estado de São Paulo. Vamos colaborar com a nossa responsabilidade de usar máscaras e isolamento social. Faça a sua parte.

 

 

Vanderlei Testa jornalista e publicitário escreve aos sábados no Jornal Ipanema-www.jornalipanema.com.br/opiniões e www.bogvanderleitesta.com e www.facebook.com/artigosdovanderleitesta

Comentários