A bola de couro nos pés do João Rozas Barrios


 

A bola de couro nos pés do João Rozas Barrio

 

Minhas lembranças das práticas de esportes vêm da infância. A bola com os gomos de couro é inesquecível. Papai era um torcedor do São Bento que trabalhava voluntariamente para o clube e sempre me levava aos treinos e jogos. O basquete de Sorocaba tinha na seleção a Ritinha Coelho vizinha de parede da casa em que morava. Na escola jogava como goleiro. Quando comecei a trabalhar na Metalúrgica NS Aparecida estive presidente do GECA- Grêmio Esportivo Cultural Aparecida durante uns 10 anos. Futebol, Box, Basquete, Tênis de mesa e muitos outros esportes faziam parte das atividades que mais de duas mil pessoas participavam na empresa. O meu primo Nestor Trevisan foi um atleta vitorioso no  São Bento.

 

O Panathlon Club de Sorocaba teve como um dos fundadores o atleta e médico João Rozas Barrios. O conheci há muitos anos na Vila Hortência.

Acompanhei a sua trajetória nos esportes de Sorocaba em livros que escreveu e me presenteou com a sua dedicatória. Um amigo que estava sempre nas celebrações de missas no Mosteiro de São Bento. Homem de fé e de partilhar generosidade com o próximo tinha o mérito de conquistar amizades com facilidade. Na última terça-feira, 12, chegou a notícia da sua partida desde mundo através do seu amigo e meu também, Antonio Tabajara Dias. Nas palavras da mensagem a homenagem ao João Rozas Barrios, companheiro no esporte e ao apaixonado pelo time do São Bento.

 

O Livro ‘Apenas Futebol’

 

João Rozas Barrios, autor do livro Apenas Futebol, apaixonado por medicina e futebol, exerceu como médico a sua missão por mais de 50 anos. Em lembrança a sua trajetória foi escrito o livro Caminhos Mesclados “onde o personagem é sempre o homem visto como ser singular ou fragmento da multidão”. O futebol foi tema citado pelo escritor João Rozas por ter vivido esse esporte mais de 60 anos. No texto do Apenas Futebol, o autor revela o seu fascínio e dimensão desse esporte popular. Osmar de Oliveira, médico e jornalista esportivo escreveu e foi reproduzido na “orelha do livro” em dedicação ao autor e amigo João Rozas: “fui seu aluno em 1964, volto a sê-lo em 45 anos depois. Antes a anatomia humana, agora a anatomia do futebol. O professor continua brilhante. O aluno, esforçado”.

 

 Revendo fotos em uma revista do Panathon fiquei olhando e relembrando do João Rozas Barrios,  Negrette, Neide Sagges, Cida Cômitre, Angela, Cidinha, Maysa Souza, Pedro Banietti, Antonio Tabajara, Mickey, Ubirajara Ferreira, Deva Basso, Otto Wey Neto, Jair Belucci, Botafogo, João Lyra Neto, Paraná e  tantos outros atletas.

Uma das notícias que destaco é o trabalho do Panathlon contra as drogas. Belíssimo exemplo de cidadania dos dirigentes e associados como o médico João Rozas junto a centenas de jovens. Acredito no ser humano que busca com suas habilidades e dons levar vida sadia às pessoas. A evolução da tecnologia no esporte deixou a bola de gomos de couro para trás. No entanto, os pés que fizeram as redes balançarem com os chutes dos atletas como João Rozas, estão aí, firmes para ensinar as novas gerações.

A cada uma das mãos desses atletas do basquete e os pés dos jogadores de futebol e aos saudosos, como o dr. João Rozas Barrios que já se foram “jogar basquete e futebol no céu”, aperto as minhas, que juntas batiam palmas a todos. Minhas mãos que enxugavam lágrimas e suavam de ansiedade esperando os gols e cestas e, até ficavam  em posição de preces, intercedendo por uma vitória. Mãos que escrevem este texto  e um dia também ajudaram  a costurar com fio e cera os gomos das bolas que papai trazia para casa do campo do São Bento.

 

 

Arte: VT

 

 

Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário escreve no portal jornal Ipanema www.jornalipanema.com.br

 

 

 

 

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