Passear na ‘Praça Vida Simples’


 

Passear na ‘Praça Vida Simples’

 

Somos seres movidos pela saudade e pelas emoções de nossa existência. Desde os amiguinhos de infância, primeira escola, a professorinha e os passeios proporcionados pelos nossos pais, naquelas pracinhas, nas redondezas da casa em que morávamos. Uma das imagens que está na minha memória é de uma praça com o seu banco, que marcou a vida do menino Júlio Endi Akamine, pois nele as recordações de estar com o seu pai, na infância, jamais serão esquecidas. O sentimento de afeto paterno no gesto do passeio dominical é uma característica de quem passou por essa experiência. “A pracinha da minha infância é o Ginásio de Esportes da Vila Hortência, com o seu jardim e espaço para brincar nas imediações”., Recorda-se Ernesto, ao citar a sua prima Darci Zambom, que o acompanhava desde a Rua Santa Maria, onde morava para passear no jardim do Ginásio de Esportes.

Há uma música, cujo nome é “A Praça”, do cantor Ronnie Von, que tem a seguinte letra: “Hoje, eu acordei com saudades de você/ Beijei aquela foto que você me ofertou/ Sentei naquele banco da pracinha só porque/Foi lá que começou o nosso amor/ Senti que os passarinhos todos me reconheceram/ E eles entenderam toda a minha solidão/ Ficaram tão tristonhos, e até emudeceram/ Aí, então, eu fiz esta canção/ A mesma praça, o mesmo banco/ As mesmas flores, o mesmo jardim/ Tudo é igual, mas estou triste/ Porque não tenho você perto de mim.”

Essa bela poesia, em forma de música, retrata com fidelidade artística um sentimento da importância da praça na história de jovens apaixonados. O leitor ou leitora, ao se recordar de seu namoro e alegres passeios, em alguma pracinha de Sorocaba, voltará na linha do tempo e – certamente – terá, na sua reminiscência, a lembrança da Praça Cel. Fernando Prestes, em frente à Catedral Metropolitana, com rapazes e garotas andando em circulo, no chamado “footing” dos sábados. Quantos namoros e casamentos surgiram desse tempo dos anos 60/70, como foi o caso de Fernanda e Claudinei. Sandra Proença conta que morava próximo da praça central e tem, depois de mais de 50 anos, muitas lembranças de sua infância nesse lugar.

Outros sorocabanos, moradores de bairros da cidade, terão boas lembranças da Praça Pio XII, de Santa Rosália, com a sua belíssima pérgola e os conjuntos musicais que animavam, com serestas, as noites de sábado daquele agradável logradouro. Cidinha Zambianco e Jussara Pinto de Souza, nostalgicamente, recordam-se desses tempos. Já Praça “Dr. Ferreira Braga”, mais conhecido como “Largo do Rosário”, em frente ao Colégio Santa Escolástica, atraia muitos casais que se encantavam com a sua fonte luminosa. Havia uma magia nas cores das águas que, iluminadas, proporcionavam maior intensidade de declarações de amor aos jovens. E o grandioso jardim da Praça Frei Baraúna, chamado de “Praça do Fórum Velho”, era um ponto de encontro central dos mais procurados pelos enamorados.

Há, também, aqueles que incorporam a praça em suas vidas como um ícone existencial em gratidão à natureza. É o caso do jornalista Werinton Kermes. A praça começa pelo nome a manifestar o quanto é preciosa ao seu olhar e estilo de vida que leva: “Praça, Vida Simples”. É o seu modo de aproveitar o mundo com a natureza e o seu trabalho cotidiano. Focado nos seus sonhos, transforma cada um em projeto de vida. Não se deixa abater pelos sentimentos alheios e negativos, e sempre busca, na amizade e na força da comunicação, atingir os seus objetivos de viver com simplicidade.

"No jardim de minha casa, há uma praça com uma escultura do artesão Chico Santeiro", destaca Werinton,

Por sua vez, Juan Carlos Escorza Dominguez, mesmo morando em apartamento, nos altos do Campolim, sempre destaca a sua praça favorita: “Praça Ruy Morato Castanho”. Já o jornalista Pedro Guerra valoriza a “Praça Martin Luther King”, do bairro Trujillo. Douglas Macário, de Piracicaba, conta que, na sua cidade, as praças são atrativas e, como ele viaja muito ao exterior, sempre aproveita para conhecer as pracinhas por onde passa.  

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