As abobrinhas
na mesa dos sorocabanos
Vanderlei Testa*
No
artigo da semana passada do BLOG
Vanderlei Testa, o tema foi a gastronomia internacional em Sorocaba. Fazendo
compras, na feira livre, no domingo, Maria, uma leitora assídua da nossa coluna,
sugeriu-me escrever sobre abobrinhas, já que ela, com 80 anos de idade, consome
esse saboroso alimento desde criança, ainda
quando seus pais plantavam, no sítio, esse legume. Maria não tem dúvida de que a
abobrinha é fonte de vitalidade. Por isso, esse alimento faz parte em sua
dieta, pois se sente fortalecida e com muita saúde. É notório que a abobrinha está
presente no cardápio da alimentação brasileira, sob vários aspectos, podendo
ser consumida assada, cozida ou mesmo na forma de salada. Afinal, é uma das
mais utilizadas pelas donas de casa, já que é um alimento versátil, que se
adapta a outras combinações na cozinha.
Porém,
nas conversas entre grupos de pessoas, sempre surge, na famosa gíria popular, a
palavra “abobrinhas”, empregada para definir algo que não é digno de credibilidade. Mas,
brincadeiras à parte, nutricionistas observam que esse vegetal, rico em água e
nutrientes, possibilita uma alimentação de baixa caloria. Por isso, caiu no
paladar dos adeptos do emagrecimento, já que é o alimento ideal para quem
deseja manter a boa forma, com a vantagem de ser saborosa e colorida nos
pratos.
Mas,
voltando às conversas entre amigos, percebemos que também perdura,
folcloricamente, a ideia de que se trata de uma chatice ter que aguentar um
diálogo longo, repleto de “abobrinhas”, ou seja, é algo “que não leva a lugar
nenhum”. Um exemplo clássico é a mania de falar mal da vida alheia. A temida
fofoca! Um vício humano corriqueiro tão comum, geralmente presente no
ajuntamento de pessoas e, em especial, em rodinhas de café da turma de
trabalho. Nas redes sociais, rotineiramente, surgem publicações que os usuários
classificam de "abobrinhas virtuais”, pois os internautas postam textos e
imagens sem agregar valor à mensagem.
Por
outro lado, a abobrinha alimento, segundo as pesquisas divulgadas por
especialistas, previne a prisão de
ventre, quando consumida com a casca, mantendo o intestino saudável. A
justificativa é o alto índice de água e fibras. Além disso, a digestão de quem
a consome é rápida e eficiente, pois ela tem baixo teor gorduras e
carboidratos. Um alívio aos que reclamam de gastrite e má digestão, depois de
cada refeição. A nutricionista Maria
José de Sorocaba, relata que a abobrinha pode ajudar a prevenir várias doenças,
pois é rica em vitamina C e caroteno. Para quem tem diabetes, a abobrinha, pelo
seu baixo índice glicêmico, é um alimento dos mais indicados para se manter os níveis de açúcares dentro
dos limites exigidos pela medicina.
Ainda,
segundo os especialistas em nutrição, há um acentuado benefício para a saúde
dos dentes e ossos do corpo humano, pois o consumo da abobrinha tem a vantagem
de fornecer cálcio, fósforo e potássio. Uma maravilha da terra arada em
pequenos espaços dos quintais, com a plantação de abobrinhas para o consumo
familiar. Inclusive, há muitas hortas caseiras, nos quintais sorocabanos, que
cultivam esse legume.
Em
tabelas de nutrientes, a abobrinha possui 15 calorias, proteínas, fibras,
vitaminas C e B1 e potássio com 126 miligramas. O magnésio alcança numa porção
de 100 gramas de consumo a faixa de 17 miligramas, juntamente com os outros
ingredientes: sódio, 1 miligrama, fósforo, 22 miligramas. Com custo razoável,
nos supermercados e quitandas, as variedades de nomes também fazem a diferença
na hora de pagar o quilo. A de nome ‘Morgana’ é a mais cara, e as do tipo
‘italiana’, a mais barata. As feiras livres sempre oferecem essas variedades
aos consumidores. Há, também, uma abobrinha chamada ‘Emanuela’, com o maior
valor do mercado. Inclusive está à venda em sites especializados, que elevam
seu custo trinta vezes mais do que a do tipo italiana ou brasileira. Os
principais estados que produzem a abobrinha são: São Paulo, Paraná, Goiás, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, representando 92% do total vendido nos Centros de
Abastecimentos – Ceasas. Colhida o ano todo, o ciclo de desenvolvimento, do
plantio a colheita da abobrinha é de 40 a 50 dias.
Fiz
uma pesquisa entre leitores de minhas redes sociais sobre o consumo de
abobrinha, na alimentação, a fim de testemunhar a opinião sobre esse tema.
Isaias Campos relatou que gosta muito de ter em suas refeições, porque sabe dos
benefícios do seu consumo periodicamente. Já Marilúcia Zambianco
dos Santos afirmou que a abobrinha faz parte da mesa de refeição de sua
casa, pois valoriza a baixa caloria e a riqueza
dos ingredientes da abobrinha. A lista de pessoas que enviaram mensagem
para o artigo, dizendo que “adoram”
abobrinha, é imensa. Vou citar algumas: Maria Antônia Canavezzi Scarpa, Heloisa Brisotti, Flavia Reze Barbero, Neusa
Bórnia, Gilmara Fleury, Elza Helena, Sandra
Proença, Marcos Neves, Isis
Calegari, Maura Rodrigues.
Por
sua vez, Luz Marina Meniconi relatou que faz a abobrinha de vários jeitos,
abafadinha, cheia de carne moída, salada, virado, frita ou na sopa de legumes. A
Elizabeth Fernandes, de Campinas, enviou, em seu relato, que faz assada em
rodelas, refogada com cebolas, tomate e salsinha picada. Mas, como nem tudo
agrada a todos, o José Luiz Módolo, de Piracicaba, disse: “não sou fã, nem de
chuchu”!
Arte: VT
Vanderlei Testa
jornalista e biógrafo
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